A possibilidade de a Seleção Brasileira estrear um uniforme vermelho como segunda opção para a Copa do Mundo de 2026 tem provocado reações intensas e críticas generalizadas. A notícia foi inicialmente divulgada pelo site especializado Footy Headlines, e aponta que a nova camisa estaria sendo desenvolvida pela marca Jordan, substituindo a tradicional camisa azul, usada como segundo uniforme.
Embora a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não tenha feito qualquer confirmação oficial, a ideia já ganhou ampla repercussão, especialmente nas redes sociais e no meio político. Como tudo no Brasil ultimamente acaba sendo polarizado no campo político — sobretudo entre direita e esquerda —, a polêmica rapidamente foi levada para esse lado, com manifestações tanto de políticos quanto de populares.
A principal crítica gira em torno da escolha da cor vermelha — ausente na bandeira nacional e, para muitos, carregada de significados ideológicos. Entre as vozes mais críticas está a do senador Flávio Bolsonaro, que classificou a decisão como inaceitável, afirmando que “nossa bandeira não é vermelha, e nunca será”. No mesmo tom, o deputado federal Nikolas Ferreira ironizou a possibilidade, perguntando se “o juiz também será nosso”, em alusão à mesma cor.
No universo esportivo, o narrador Galvão Bueno também expressou repúdio, chamando a mudança de “crime” e reforçando o simbolismo do uniforme azul nas conquistas históricas da Seleção Brasileira.
Diante de tanta repercussão, surge a dúvida: a Seleção Brasileira pode usar camisa vermelha?
De acordo com o capítulo III, artigo 13, inciso III do estatuto da CBF de 2017, os uniformes da Seleção devem respeitar as cores presentes na bandeira da entidade: azul, amarelo, verde e branco. A única exceção prevista é para eventos comemorativos, que exigem aprovação da diretoria da CBF.
Foi o que aconteceu, por exemplo, em junho de 2023, quando a Seleção utilizou uma camisa preta, em homenagem ao atacante Vinícius Júnior, durante um amistoso contra a Guiné, como forma de protesto contra o racismo. A partida terminou com vitória brasileira por 4 a 1, e o gesto foi amplamente elogiado.
Ainda assim, a utilização de vermelho como cor oficial e permanente em um dos uniformes principais geraria um precedente que muitos consideram incompatível com a identidade visual tradicional da equipe.
Historicamente, o Brasil já utilizou uniformes vermelhos em 1917 e 1936, em situações emergenciais, quando houve conflito de cores com os adversários. Porém, tratavam-se de improvisos pontuais, longe de qualquer estratégia estética ou política.
Especialistas sugerem que a escolha da cor vermelha estaria ligada a uma estratégia comercial da fornecedora, que busca inovação e apelo de mercado. No entanto, o descontentamento gerado pela proposta reforça a ideia de que mexer com os símbolos da Seleção — especialmente suas cores — é um tema sensível, que exige mais cautela do que ousadia.
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