Nunca
é tarde para aprender a ler e a escrever
é tarde para aprender a ler e a escrever
A educação é um direito fundamental, faz parte do
processo de desenvolvimento e dignidade do ser humano, conforme a Constituição
Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96). Na
contramão dessa garantia, nos deparamos, no Dia Mundial da Alfabetização – 8 de setembro – com um dado
preocupante: o Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos a partir dos 15
anos, o que corresponde a 6,8% da população brasileira. A informação faz parte
do suplemento de educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua) de 2018.
processo de desenvolvimento e dignidade do ser humano, conforme a Constituição
Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96). Na
contramão dessa garantia, nos deparamos, no Dia Mundial da Alfabetização – 8 de setembro – com um dado
preocupante: o Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos a partir dos 15
anos, o que corresponde a 6,8% da população brasileira. A informação faz parte
do suplemento de educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua) de 2018.
Por trás desses números, histórias de pessoas que
não tiveram oportunidades, nem sequer sabem assinar o próprio nome, além de
terem dificuldades para participar na sociedade ao requerer seus direitos. Mas
nunca é tarde para voltar para escola. E foi o que Antônio Dias, 60 anos, fez
retornando para a sala de aula para aprender a ler e a escrever.
não tiveram oportunidades, nem sequer sabem assinar o próprio nome, além de
terem dificuldades para participar na sociedade ao requerer seus direitos. Mas
nunca é tarde para voltar para escola. E foi o que Antônio Dias, 60 anos, fez
retornando para a sala de aula para aprender a ler e a escrever.
“Meu pai não podia colocar a gente no colégio. Ele
dizia que quem estuda eram os filhos do patrão, a gente tinha que trabalhar. E
aí, quando cheguei para trabalhar de pedreiro, fui tendo dificuldades e
dependia dos outros para ler para mim. Quando comecei a trabalhar na
construção, vi a necessidade de estudar porque preciso ler e entender os
projetos”, conta Dias que trabalha na construção
civil e é estudante da Educação
Jovens e Adultos – EJA da turma
intermediária de alfabetização.
dizia que quem estuda eram os filhos do patrão, a gente tinha que trabalhar. E
aí, quando cheguei para trabalhar de pedreiro, fui tendo dificuldades e
dependia dos outros para ler para mim. Quando comecei a trabalhar na
construção, vi a necessidade de estudar porque preciso ler e entender os
projetos”, conta Dias que trabalha na construção
civil e é estudante da Educação
Jovens e Adultos – EJA da turma
intermediária de alfabetização.
Antônio Dias havia tentando estudar antes, mas
precisou parar, pois tinha que trabalhar e também por falta de motivação.
Começou mais uma vez ano passado e continuou graças ao estímulo das
professoras, as quais ele tem muita gratidão. Uma delas, a Kika Llanos,
educadora do EJA,
conhece e acompanha de perto histórias como a dele e de outros alunos. “Um
fator relevante é o entendimento sobre a situação do aluno trabalhador, pois
este vive o eterno dilema entre escolher estudar ou ter salário. Trata-se de
uma necessidade de sobrevivência e que por isto nem sempre os alunos conseguem
estar na escola todos os dias ”, reflete a professora.
precisou parar, pois tinha que trabalhar e também por falta de motivação.
Começou mais uma vez ano passado e continuou graças ao estímulo das
professoras, as quais ele tem muita gratidão. Uma delas, a Kika Llanos,
educadora do EJA,
conhece e acompanha de perto histórias como a dele e de outros alunos. “Um
fator relevante é o entendimento sobre a situação do aluno trabalhador, pois
este vive o eterno dilema entre escolher estudar ou ter salário. Trata-se de
uma necessidade de sobrevivência e que por isto nem sempre os alunos conseguem
estar na escola todos os dias ”, reflete a professora.
Acolher, se doar a cada dia na sala de aula, e
viver a essência de lecionar para jovens e adultos, inebria Kika. Para ela o
papel do professor é de mediador para tornar acessível o conhecimento formal,
sistematizado dentro da realidade do aluno. “O aluno do EJA, em sua grande
maioria é adulto, que traz consigo vasta experiência de vida. E é uma
importante porta de integração e libertação do aluno na sociedade. Muitos relatam
que antes da escola sentiam imensa vergonha de pedir a outros para manipular o
caixa eletrônico, ler um bilhete deixado pelo patrão ou de só poder ouvir
áudios nos aplicativos de mensagens, e para que lessem a bandeira do transporte
coletivo”, comenta a educadora.
viver a essência de lecionar para jovens e adultos, inebria Kika. Para ela o
papel do professor é de mediador para tornar acessível o conhecimento formal,
sistematizado dentro da realidade do aluno. “O aluno do EJA, em sua grande
maioria é adulto, que traz consigo vasta experiência de vida. E é uma
importante porta de integração e libertação do aluno na sociedade. Muitos relatam
que antes da escola sentiam imensa vergonha de pedir a outros para manipular o
caixa eletrônico, ler um bilhete deixado pelo patrão ou de só poder ouvir
áudios nos aplicativos de mensagens, e para que lessem a bandeira do transporte
coletivo”, comenta a educadora.
Essa era uma das dificuldades de Antônio, que já
pegou várias vezes o transporte errado para se locomover na cidade. “Graças a
Deus já sei assinar o meu nome. Leio algumas palavras, principalmente no ponto
de ônibus, pois eu precisava perguntar ao pessoal para onde ia o carro porque
eu pegava errado. Também escrevo ainda comendo letra, mas quase todo mundo
acaba cometendo um erro, como a falta de um ponto, uma vírgula”, celebra o
aluno.
pegou várias vezes o transporte errado para se locomover na cidade. “Graças a
Deus já sei assinar o meu nome. Leio algumas palavras, principalmente no ponto
de ônibus, pois eu precisava perguntar ao pessoal para onde ia o carro porque
eu pegava errado. Também escrevo ainda comendo letra, mas quase todo mundo
acaba cometendo um erro, como a falta de um ponto, uma vírgula”, celebra o
aluno.
A
metodologia do Ensino para Jovens e Adultos – EJA
metodologia do Ensino para Jovens e Adultos – EJA
A professora
Kika, que leciona em uma escola municipal, explica que a metodologia de ensino
para o público adulto precisa ressignificar o conteúdo formal através da
prática, da realidade e da experiência do dia a dia, para favorecer a
acomodação e assimilação desses saberes.
Embora o lúdico, em dosagem certa, também exerça seus encantos sobre os
alunos do EJA, considerando que muitos não viveram plenamente a infância. Pode
ser também uma experiência enriquecedora através da oralidade e das memórias.
Kika, que leciona em uma escola municipal, explica que a metodologia de ensino
para o público adulto precisa ressignificar o conteúdo formal através da
prática, da realidade e da experiência do dia a dia, para favorecer a
acomodação e assimilação desses saberes.
Embora o lúdico, em dosagem certa, também exerça seus encantos sobre os
alunos do EJA, considerando que muitos não viveram plenamente a infância. Pode
ser também uma experiência enriquecedora através da oralidade e das memórias.
“Apesar de todas as fundamentações teóricas, o
primeiro passo para o sucesso no EJA é conhecer o seu público, seus desejos e
suas experiências. Este é o pontapé inicial para qualquer profissional
desenvolver um bom trabalho com o EJA”, pontua Kika.
primeiro passo para o sucesso no EJA é conhecer o seu público, seus desejos e
suas experiências. Este é o pontapé inicial para qualquer profissional
desenvolver um bom trabalho com o EJA”, pontua Kika.
A professora do EJA, em seus anos de prática,
acredita no potencial de cada aluno que passa pela sua sala de aula. Para ela
esse é principal fator que contribui para o sucesso, pois quando o professor
acredita no aluno, este também acredita em si mesmo. “Não é em vão quando eu
digo que espero ser convidada para a graduação
de meus alunos, pois trabalho para que o pedreiro, se desejar, seja um
Engenheiro. Ainda acredito na educação como meio de ascensão social! ”, conclui
a educadora, Kika Llanos.
acredita no potencial de cada aluno que passa pela sua sala de aula. Para ela
esse é principal fator que contribui para o sucesso, pois quando o professor
acredita no aluno, este também acredita em si mesmo. “Não é em vão quando eu
digo que espero ser convidada para a graduação
de meus alunos, pois trabalho para que o pedreiro, se desejar, seja um
Engenheiro. Ainda acredito na educação como meio de ascensão social! ”, conclui
a educadora, Kika Llanos.
Jaqueline
Vaz – Agência Educa Mais Brasil
Vaz – Agência Educa Mais Brasil