Inspirar e expirar sem dificuldade. Pode parecer um gesto simples, mas para Francisco Edson Cunha, de 65 anos, é um verdadeiro renascimento. Diagnosticado com insuficiência cardíaca grave, Edson passou por um transplante de coração em outubro deste ano no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), unidade de referência em transplantes no Ceará.
“Minha cirurgia foi um sucesso. Quando acordei e consegui respirar sem esforço, fiquei emocionado. Antes, eu sentia falta de ar, tinha inchaço nas pernas, não conseguia dormir e dependia de medicamentos 24 horas por dia. Ganhei uma nova vida”, relembra o aposentado, emocionado. Agora, com planos de escrever um livro sobre sua experiência, ele quer inspirar outras pessoas a enfrentar desafios semelhantes.
Edson foi um dos 34 pacientes que receberam um novo coração em 2024, ano histórico para o programa de transplantes cardíacos do HM, que celebra 25 anos de atuação. O volume de procedimentos deste ano é o maior já registrado na instituição, que soma 557 transplantes realizados desde sua fundação. “Esse desempenho mostra a pujança do Hospital de Messejana e de todos os envolvidos no processo. As doações superaram as nossas expectativas e estamos felizes em poder salvar mais vidas”, destaca o cardiologista e coordenador da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca, João David de Souza Neto.
Regionalização e avanços em captação de órgãos
O aumento no número de transplantes também é atribuindo às iniciativas de captação de órgãos. Em 2024, além de Fortaleza, foram realizadas captações nos Hospitais Regionais do Cariri (HRC), do Sertão Central (HRSC) e do Vale do Jaguaribe (HRVJ). Em outubro, o HM também registrou uma captação interestadual no Rio Grande do Norte. Segundo o cirurgião cardíaco Juan Mejia, os bons resultados refletem o comprometimento da equipe e o fortalecimento dos fluxos de atendimento.
“Para 2025, nosso objetivo é fortalecer ainda mais a equipe, trazer inovações e salvar mais vidas. Estamos prontos para os próximos desafios”, afirma Mejia.
Liderança nacional em transplantes
O Ceará segue se destacando no cenário nacional. Em 2024, o estado realizou 1.955 transplantes de órgãos e tecidos, superando o total de 1.726 registrados no ano anterior. O estado lidera no Nordeste em transplantes de coração, fígado e córnea, consolidando seu papel como referência na área.
Para Eliana Régia Barbosa, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Ceará, o sucesso reflete a generosidade das famílias doadoras e o empenho dos profissionais de saúde. “Em meio à dor da perda, as famílias transformam sofrimento em amor ao próximo, oferecendo uma nova chance de vida”, ressalta.
Como se tornar um doador de órgãos
A doação de órgãos é um gesto de solidariedade que salva vidas. Para ser doador, basta comunicar à família sobre o desejo, pois a autorização depende dos parentes. O Ceará realiza transplantes de rim, fígado, pulmão, pâncreas, coração, medula óssea, córnea e válvulas cardíacas.
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