A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) deflagrou, na última terça-feira (6), a Operação Hasta que investiga fraudes em licitações, peculato (desvio de dinheiro público), corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A ofensiva ocorreu simultaneamente em Fortaleza, Caucaia, Itatira e Pacatuba. As investigações apontam que o grupo teria movimentado R$ 132 milhões nos últimos oito anos. O resultado da Operação Hasta foi apresentado nesta quarta-feira (7), em coletiva de imprensa, na sede da Superintendência da PC-CE, em Fortaleza.
A ofensiva, realizada na manhã do dia anterior, contou com 75 policiais civis que deram cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão domiciliares, resultando no sequestro de 38 veículos e de um imóvel, bem como o bloqueio de R$ 2 milhões em ativos financeiros de centenas de contas bancárias relacionadas aos alvos da investigação.
De acordo com os levantamentos policiais, coordenada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Decor), um grupo comandado por membros da mesma família se valia de terceiros, popularmente conhecidos como “laranjas”, para fundarem e/ou assumirem empresas que concorriam e ganhavam licitações milionárias nos municípios investigados. A investigação, que vem sendo realizada há cerca de um ano, aponta que este grupo já teria movimentado o montante de R$ 132 milhões nos últimos oito anos.
“A partir da operação dessa terça-feira, nos quatro municípios, e com a análise de todo o material apreendido conseguiremos chegar a outras pessoas e também a outras empresas que participam desse esquema criminoso. A expectativa é que consigamos agora alavancar a investigação no sentido dos crimes contra a administração pública”, destacou o delegado Osmar Berto, titular da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor).
CN7
No levantamento do CN7 desta quinta-feira (8) mostra que pelo menos 35 municípios firmaram contratos com as mesmas empresas investigadas.
Alguns municípios se envolveram bastante no esquema, como é o caso de Itatira (epicentro de todo esquema), que com apenas três empresas, BMC Ecoservice, AVM Cardoso Construções e Posto Jucá, gastou R$ 24.087.629,52.
Outra que aparece com gastos exorbitantes é a Prefeitura de Caucaia, que apenas com um única empresa, a Top Loc, gastou R$ 18.251.263,47 (nos anos de 2020, 2019, 2018 e 2017).
Maranguape também só com uma empresa (Top Loc), torrou R$ 5.271.733,63 (nos anos de 2020, 2019, 2018 e 2017)
Já Cratéus, com a Top Loc e a 10 Vezes Mais Serviços, gastou R$ 2.329.952,5 (nos anos de 2021, 2020, 2019 e 2018).
No Sertão Central aparecem na lista os munícipios de Quixadá e Pedra Branca
O município de Pedra Branca firmou contrato com Top Locações entre 2020, 2019 e 2018 no calor de R$ 2.846 122, 58.
Já com a AVM Cardoso Construções, Pedra Branca o contrato foi de R$ 2.137 580, 71 nos anos de 2020 e 2019
Estes outros munícios não foram alvos da operação da última terça-feira (6).
Veja o nome dos 35 municípios que firmaram contratos com as empresas investigas
Acaraú
Aracati
Amontada
Barreira
Beberibe
Canindé
Caridade
Caucaia
Crateús
General Sampaio
Ibicuitinga
Itapiúna
Itatira
Jijoca de Jericoacoara
Juazeiro do Norte
Limoeiro do Norte
Massapê
Maracanaú
Miraíma
Maranguape
Martinópole
Nova Russas
Ocara
Pacatuba
Pacujá
Paracuru
Paramoti
Pedra Branca
Quixadá
Santa Quitéria
Senador Sá
Tauá
Tianguá
Umirim
Uruburetama
Confira lista completa com cada município e os gastos