
A Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, na tarde desta sexta-feira (24/03), audiência pública para tratar sobre a “7ª Marcha das Margaridas – Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”, que acontecerá em agosto deste ano. O encontro foi requerido pelo deputado De Assis Diniz (PT), com coautoria dos deputados Missias Dias (PT) e Larissa Gaspar (PT).
De Assis Diniz destacou que as pautas das lutas da Marcha das Margaridas são amplas, mas que ele gostaria de dar ênfase à problemática da violência. “É necessário haver uma discussão mais ampla com relação ao gênero e à violência, que deve ter início desde a infância, na escola”, disse. Segundo o deputado, a audiência foi preparada com o “objetivo de dar visibilidade e empoderamento para a luta das mulheres”.
Para Larissa Gaspar, é importante discutir o tema da violência de gênero em todos os âmbitos, seja nos espaços políticos, em casa ou na escola. “A nossa luta é para fortalecer cada dia mais os movimentos de mulheres, para a gente enfrentar os desafios que ainda se impõem no mercado de trabalho, na vida em sociedade e no espaço político”, enfatizou a deputada.
A secretária de Mulheres da Fetraece, Cícera Vieira, afirmou que a promoção da audiência é um momento de reconhecimento do verdadeiro valor das pessoas que constroem a vida no campo. “Queremos fazer desse espaço uma oportunidade de mobilização de toda a sociedade cearense sobre a importância da Marcha das Margaridas para o protagonismo das mulheres trabalhadoras rurais”, explicou. Cícera detalha no vídeo as pautas da marcha deste ano.
Durante o encontro, a secretária de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultora Familiares (Contag), Maria José Morais, salientou que o movimento feminino envolve uma gama de mulheres de diferentes origens e territórios. “Por sermos tão diversas que precisamos nos mostrar para a sociedade, precisamos lutar para estar em espaços de decisão e apresentar nossas proposições para um Brasil soberano, democrático e livre de violência”, argumentou.
A secretária de Direitos Humanos do Governo do Estado do Ceará, Socorro França, ficou comovida com a temática escolhida para a marcha desse ano, “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”. A secretária salientou que “somente as mulheres podem reconstruir esse País, não só pelo dom da maternidade, mas pelo amor, pelo engajamento, pelo sofrimento de outrora e por tantas outras questões, a mulher pode se agigantar e fazer isso pelo País”.
O evento contou também com as participações da secretária da Cidadania e da Diversidade do Governo do Estado do Ceará, Mitchelle Benevides; da secretária executiva da Igualdade Racial do Governo do Estado, Martír Silva, e da secretária de Juventude do Governo do Estado do Ceará, Adelita Monteiro.
Além da secretária de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), Fatima Bandeira; a secretária da Central Única de Trabalhadores (CUT), Mária de Fatima Uchoa (Marinha); a coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Ticiana Stuart, e a gestora de projetos do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC), Juliana Holanda, também participaram do momento.
As várias lideranças presentes aproveitaram a oportunidade para destacar a importância dos movimentos sociais de mulheres e as conquistas alcançadas ao longo da história da luta pela equidade de gênero.
SOBRE A MARCHA DAS MARGARIDAS
A ação teve início nos anos 2000, com a mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do Brasil, e hoje faz parte da agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e de movimentos feministas e de mulheres.
Nesse ano de 2023, a realização está prevista para agosto e terá como bandeiras a luta contra a fome e pela reconstrução do País.
Alece