Os estudantes Letícia Vieira da Silva, Emanuel Percínio Gonçalves de Oliveira, Marcos Vinicius Tomás Olegário e Luiza Clara de Morais Ventura, do IFCE Juazeiro do Norte, foram recebidos na manhã de hoje (27) pelo reitor Wally Menezes, na Reitoria. Em maio, os quatro foram medalhistas de prata na etapa Brasil do evento International Young Physicists’ Tournament, considerado a “Copa do Mundo” de Física.
O IYPT Brasil é uma competição científica para estudantes do Ensino Médio, a partir da qual é selecionada a equipe brasileira para a competição principal. Pela primeira vez na história uma equipe de escola pública foi medalhista de prata na etapa Brasil do IYPT, e teve um de seus membros (Letícia Vieira da Silva) compondo o Time Brasil na fase internacional do torneio, que ocorreu em Julho de 2021, transmitido da Nova Zelândia.
Os estudantes receberam, do reitor e dos pró-reitores do IFCE, as medalhas e também certificados em virtude do expressivo resultado. Os professores orientadores Maurício Soares e Rodrigo Queirós também acompanharam os alunos.
Medalhas da IYPT Brasil conquistadas pelos estudantes do IFCE (foto: Dowglas Lima)
“Assim como no esporte, o professor é um olheiro. Muitos dos nossos alunos têm potencial, talento nato e aptidão. Cabe a nós dar esse incentivo”, disse Rodrigo. “O principal ponto é a capilaridade do IFCE. Essa competição já existe há anos – e nunca um aluno de escola pública havia representado o Brasil nessa fase internacional. Letícia, uma mulher, foi a primeira a conseguir esse feito”, destacou Maurício.
Os medalhistas fazem parte do grupo de alunos que integram o projeto Comitê Olímpico Institucional (COI) do campus Juazeiro, que prepara estudantes para participação em olimpíadas do conhecimento.
Um chamado à participação
À primeira vista tímidos e reservados, os membros do time “Se um Feynman der match, não o Descartes” (que, por sinal, também foi premiado na categoria melhor nome de equipe – merecidamente, por sinal) soltam o verbo quando o assunto é ressaltar a importância das competições do conhecimento como componente extracurricular. Todos eles fizeram um chamamento para que alunos que gostam de ciência possam participar de olimpíadas, jornadas e eventos do tipo.
“A melhor decisão que tomei foi entrar no IFCE e procurar participar dessas atividades. De imediato já comecei a insistir para o Maurício para que eu pudesse entrar no grupo da Astronomia. Peço aos gestores do Instituto que foquem cada vez mais nessas oportunidades, fazendo uma educação mais inclusiva, com a participação das mulheres, das pessoas com deficiência, dos negros, de todos. Quantas pessoas tem potencial e não tiveram uma oportunidade ainda? O nosso prêmio Nobel pode vir de uma menina cadeirante que está no interior do Ceará”, disse Letícia Vieira, que é oriunda da zona Rural de Santana do Cariri.
Letícia Vieira fez parte da equipe do Brasil na etapa internacional da competição (foto: Rebeca Casemiro)
Emanuel Oliveira reforçou as palavras da colega. “Uma das melhores escolhas que fiz foi exatamente estudar no IF. Eu olhava para os alunos do segundo, terceiro ano se destacando em olimpíadas e pensava: ‘eu nunca vou chegar ao nível deles’. No entanto, com a ajuda dos professores e colegas, eu também consegui. Não é fácil, mas com dedicação a gente chega lá”.
Luiza Ventura conta que se descobriu ao ter a oportunidade de participar dessas competições, interagindo com inúmeros outros estudantes. “Na primeira aula de física eu pensei: ‘meu Deus, que coisa incrível!’. Agradeço pelas portas que o IFCE abriu para mim, e digo: participem de todas as olimpíadas e competições que puderem. Busquem na internet, corram atrás, porque vale muito a pena”.
E isso não se restringe às ciências exatas, como aponta o medalhista Marcos Olegário. “Seja você de exatas, humanas ou biológicas, sempre vai existir uma olimpíada para você. O IFCE me apresentou o ensino, a pesquisa, a cultura e a extensão, e isso fez a diferença. Os alunos do ensino médio tem que ter contato com isso sempre”, disse o aluno.
De um físico para prodígios da física
O reitor Wally Menezes bateu um animado papo com o time de talentos de Juazeiro. Graduado, mestre e doutor em Física, Wally parabenizou os professores orientadores, elogiou o trabalho feito em Juazeiro e desejou uma trajetória de sucesso para os medalhistas – conselhos importantes que ajudarão a escrever as próximas vitórias desses meninos e meninas que tanto orgulham a Instituição.
Reitor Wally Menezes fala aos medalhistas (foto: Dowglas Lima)
“Sonhem alto. Não parem por aqui. Estudem idiomas, pensem dentro e fora do Ceará e do IFCE. Agora, vocês são cidadãos do mundo” disse o gestor – acompanhado dos pró-reitores de Ensino (Cristiane Borges), Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Joélia Marques), Extensão (Ana Uchoa), Administração e Planejamento (Reuber Saraiva) e Gestão de Pessoas (Marcel Ribeiro), além do diretor do Centro de Referência em Educação à Distância do IFCE (Cread).
Uma manhã que nem os alunos e nem os gestores vão esquecer.
Estudantes e orientadores com o grupo de gestão do IFCE (Foto: Rebeca Casemiro)
Dowglas Lima – Comunicação Social – Reitoria (com informações do campus Juazeiro do Norte)