A Dell foi reconhecida como a melhor empresa na categoria “People Breakthrough of the Year”. Entre os critérios avaliados pela Gartner, estão as tecnologias assistivas desenvolvidas em parceria com a Uece e o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Dell – Lead, situado em Fortaleza, para aprimorar a inclusão de pessoas com deficiência na fábrica da empresa no Brasil. Segundo o professor da Uece Francisco Oliveira, Cientista-chefe do Lead e diretor do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (DETIC), a Uece é considerada a universidade âncora do Lead na criação dos projetos, promovendo a participação de diversos pesquisadores, bolsistas e orientadores, incrementando a produção científica da universidade por meio de trabalhos acadêmicos e de publicações científicas em âmbito internacional.
“A Dell é uma empresa de grande relevância internacional, referência em tendências de tecnologia para o empoderamento humano. A parceria é muito importante para a Universidade, pois permitiu o desenvolvimento de uma inclusão produtiva, promovendo o acesso ao trabalho para pessoas que, notadamente, não conseguiriam fazer certas atividades sem o auxílio de tecnologia”, detalha.
Tecnologias assistivas
A DELL, através da parceria com a UECE, tem assumido um papel importante dentro do contexto da pesquisa e do desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribuem para o crescimento da sociedade. O gerente de portfólio do Lead, Bruno Queiroz, lembra que a parceria com a Uece teve início em 2012, ano seguinte à implementação do que, na época, era um laboratório de pesquisa. O primeiro projeto executado em conjunto consistia em dar continuidade ao desenvolvimento de uma plataforma de educação a distância da Dell, acessível para pessoas com deficiência. O projeto ainda hoje é um dos um dos carros-chefe das iniciativas feitas pela Dell no Brasil, conforme Bruno.
Ele destaca que a colaboração entre Uece e Dell tem crescido bastante ao longo dos anos, e, entre os projetos executados, foram desenvolvidas três importantes soluções em tecnologias assistivas para serem utilizadas na fábrica da Dell no Brasil: Steve, Artrade e Maia, reconhecidas pelo prêmio Power of the Profession Awards.
O gerente de portfólio explica que Steve é um exoesqueleto criado para acessibilizar postos da linha de montagem da Dell no Brasil, que exigem que os trabalhadores adotem uma posição em pé. A tecnologia, em fase de teste, permitirá que a empresa possa facilmente contratar e alocar mais pessoas com deficiência nos seus postos de trabalho do chão de fábrica, localizado na cidade de Hortolândia (SP). “Ele permite que pessoas com paraplegia ou amputadas possam atuar nos postos de trabalho, simulando uma cadeira de rodas, dando elevação postural para uma pessoa com deficiência física que não consegue ficar em pé. Possibilita, inclusive, trabalhar nos postos mais altos, em que um cadeirante não consegue manusear facilmente peças que estão na linha de produção”, detalha.
A tecnologia pode auxiliar, ainda, pessoas que estejam vivenciando alguma situação transitória que dificulte a acessibilidade, como o caso de mulheres grávidas, conforme acrescenta o professor Francisco Oliveira. “Uma gestante que atua na linha de produção, à medida que a barriga cresce e fica pesada, começa a ter dificuldades. Essa tecnologia pode então ser usada também por essas pessoas”, sugere o pesquisador.
Já o Artrade (Augmented Reality Training Arcade) é uma plataforma baseada em uma realidade aumentada que permite que pessoas com deficiência auditiva recebam treinamento nas atividades da linha de produção com uso de um smart glass. “Para poder acessar os conteúdos em realidade aumentada, a pessoa consegue aprender o passo a passo das linhas de produção da empresa. Esse sistema permite, ainda, que os vídeos capturados pelo smart glass sejam acessados pelos supervisores, que podem avaliar as habilidades daquele operador da linha de produção e alocá-lo melhor nos postos de trabalho, de forma mais assertiva”, detalha Bruno Queiroz. Com isso, a fábrica pode, além de rebalancear suas linhas de montagem e capacitar os funcionários, testar quais candidatos às vagas na empresa são mais indicados à contratação.
O professor Francisco Oliveira destaca que o sistema do Artrade é traduzido também para Libras. “As pessoas surdas vão desenvolver e operar computadores de forma inclusiva, não precisa ensinar a interpretação ou produção de conteúdo adaptado”, conta.
Terceira tecnologia reconhecida na premiação da Gartner, o Maia (Mobile Aware Intermodal Assistant) é um aplicativo que tornou o teste dos alto-falantes dos notebooks Dell (speaker test) acessível para pessoas com deficiência auditiva. “Por incrível que pareça, ele permite que pessoas com surdez possam testar o áudio de computadores da Dell. Essa tecnologia já foi submetida a uma patente”, informa Bruno Queiroz. De acordo com o cientista chefe da Dell Lead, professor Francisco Oliveira, a tecnologia foi implantada nas linhas de produção dando aos surdos condições de trabalhar em postos de trabalho antes impossíveis.
Foto: Lead/Uece
O aplicativo possui um algoritmo que converte sons em imagens, transformando os sons do speaker test em estímulos visuais em uma tela. Além disso, conta com um assistente de comunicação que otimiza o modo como as pessoas acionam e se comunicam com seus supervisores. O Maia ainda dispõe de outras funcionalidades, como a solicitação de materiais, o recebimento de notificações de pausa, reunião e emergência via rádio e por dispositivos conectados à rede local.
“Os trabalhos começaram e evoluíram para possibilitar a coroação de três anos de trabalho. Hoje nós buscamos essas tecnologias para melhorar a produtividade global da fábrica e das pessoas com deficiência. Toda a indústria precisa estar mais competitiva e produtiva, melhorando seus meios de produção, e esses projetos ajudam a aumentar a produtividade e a qualidade da Dell, levando também consigo o processo de integração das pessoas com deficiência no mundo do trabalho. Todo mundo ganha, ninguém fica para trás”, enfatiza o pesquisador Francisco Oliveira. Ele lembra que as três tecnologias assistivas já haviam sido reconhecidas ano passado na olimpíada mundial de inovação do mundo Dell.
Fonte: Assessoria de Comunicação UECE
