Alterações serão aplicadas apenas a partir de
2020
2020
As mudanças no maior sistema de
avaliação do Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), devem ser anunciadas em 2018,
segundo o Ministro da Educação, Rossieli Soares. Apesar do anúncio, a
implementação deve acontecer apenas a partir de 2020 e está condicionada à
aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) do ensino médio, que é tema
de audiências públicas no país. Diante da importância do exame para o acesso ao
ensino superior, o que os estudantes pensam a respeito das mudanças?
avaliação do Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), devem ser anunciadas em 2018,
segundo o Ministro da Educação, Rossieli Soares. Apesar do anúncio, a
implementação deve acontecer apenas a partir de 2020 e está condicionada à
aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) do ensino médio, que é tema
de audiências públicas no país. Diante da importância do exame para o acesso ao
ensino superior, o que os estudantes pensam a respeito das mudanças?
Estudante de curso
pré-vestibular, Catarina Castro Figueiredo acredita que o formato atual
atende melhor à necessidade de selecionar os participantes e, portanto, não
realizaria modificações. “Não consigo pensar em nenhuma mudança que consiga
selecionar os melhores candidatos sem ser extremamente excludente com pessoas
que não tiveram o mesmo acesso à educação que eu”, sinaliza a estudante, que já
participou de duas edições do exame.
pré-vestibular, Catarina Castro Figueiredo acredita que o formato atual
atende melhor à necessidade de selecionar os participantes e, portanto, não
realizaria modificações. “Não consigo pensar em nenhuma mudança que consiga
selecionar os melhores candidatos sem ser extremamente excludente com pessoas
que não tiveram o mesmo acesso à educação que eu”, sinaliza a estudante, que já
participou de duas edições do exame.
Em busca da aprovação em
Medicina, Catarina quer ampliar os conhecimentos para a edição de 2018 e
alcançar pontuação suficiente para aprovação no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) ou
no Programa Universidade para Todos (Prouni). “Pretendo cursar Medicina pois tenho interesse em
realizar procedimentos cirúrgicos e seguir a área de pesquisa em saúde”, conta.
Sobre o Enem, a estudante complementa que “deixar a prova conteudista [técnica]
seria maravilhoso, mas as disparidades na qualificação dos alunos são absurdas
quando comparamos o nível público com o privado. Como está eu acredito ser o
menos pior”.
Medicina, Catarina quer ampliar os conhecimentos para a edição de 2018 e
alcançar pontuação suficiente para aprovação no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) ou
no Programa Universidade para Todos (Prouni). “Pretendo cursar Medicina pois tenho interesse em
realizar procedimentos cirúrgicos e seguir a área de pesquisa em saúde”, conta.
Sobre o Enem, a estudante complementa que “deixar a prova conteudista [técnica]
seria maravilhoso, mas as disparidades na qualificação dos alunos são absurdas
quando comparamos o nível público com o privado. Como está eu acredito ser o
menos pior”.
Em contraste com a estudante,
Ícaro Sousa Lima, de 23 anos, enxerga as alterações como algo necessário. “A
prova é extremamente cansativa porque os textos são longos e maçantes. O
participante tem que voltar e ler inúmeras vezes para poder entender. Uma
sugestão seria fazer como algumas universidades estaduais: usar um texto
inteiro em uma página, dividindo os parágrafos, criar quatro ou cinco questões
com base no texto” avalia o graduando em História.
Outra observação diz respeito ao período estabelecido para responder as provas
do dia. “O tempo é o nosso maior inimigo, mas acho que não haveria a
necessidade de aumentar a duração se a prova fosse reformulada. Talvez só
acrescentar um pouco mais à prova de Ciências Exatas já que as questões não são
tão simples”, complementa.
Ícaro Sousa Lima, de 23 anos, enxerga as alterações como algo necessário. “A
prova é extremamente cansativa porque os textos são longos e maçantes. O
participante tem que voltar e ler inúmeras vezes para poder entender. Uma
sugestão seria fazer como algumas universidades estaduais: usar um texto
inteiro em uma página, dividindo os parágrafos, criar quatro ou cinco questões
com base no texto” avalia o graduando em História.
Outra observação diz respeito ao período estabelecido para responder as provas
do dia. “O tempo é o nosso maior inimigo, mas acho que não haveria a
necessidade de aumentar a duração se a prova fosse reformulada. Talvez só
acrescentar um pouco mais à prova de Ciências Exatas já que as questões não são
tão simples”, complementa.
Durante o ano de 2017, manteve um
forte ritmo de estudo e foi aprovado no curso que escolheu como segunda opção
na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O
objetivo agora é participar do Enem 2018
para conseguir a aprovação no curso de Direito.
A rotina de Ícaro é dividida entre as responsabilidade da graduação e a
preparação para o exame, já que deseja participar do SiSU. Ao chegar em casa,
termina as atividades da faculdade e, às 18 horas, acompanha ao vivo videoaulas
no Youtube sobre os temas abordados nas questões.
forte ritmo de estudo e foi aprovado no curso que escolheu como segunda opção
na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). O
objetivo agora é participar do Enem 2018
para conseguir a aprovação no curso de Direito.
A rotina de Ícaro é dividida entre as responsabilidade da graduação e a
preparação para o exame, já que deseja participar do SiSU. Ao chegar em casa,
termina as atividades da faculdade e, às 18 horas, acompanha ao vivo videoaulas
no Youtube sobre os temas abordados nas questões.
Um bom resultado Enem pode abrir portas para o ensino superior também por
meio do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies). No
modelo atual, são aplicadas uma redação e quatro provas: Ciências da Natureza,
Ciências Humanas, Linguagens, Matemática em dois domingos consecutivos.
meio do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies). No
modelo atual, são aplicadas uma redação e quatro provas: Ciências da Natureza,
Ciências Humanas, Linguagens, Matemática em dois domingos consecutivos.
Em sua opinião, o conteúdo pode
estar de acordo com o que é ensinado nas escolas particulares, mas os
estudantes da rede pública de ensino ainda têm dificuldades para acompanhar. “O
ensino das escolas públicas é muito fraco para o tipo de conhecimento que as
provas exigem. É necessário aumentar a qualidade da educação básica nas escolas
públicas para que os estudantes, independente da prova do Enem, possam adquirir conhecimentos mais avançados”,
analisa o estudante.
estar de acordo com o que é ensinado nas escolas particulares, mas os
estudantes da rede pública de ensino ainda têm dificuldades para acompanhar. “O
ensino das escolas públicas é muito fraco para o tipo de conhecimento que as
provas exigem. É necessário aumentar a qualidade da educação básica nas escolas
públicas para que os estudantes, independente da prova do Enem, possam adquirir conhecimentos mais avançados”,
analisa o estudante.
Este ano, as avaliações serão
realizadas nos dias 04 e 11 de novembro. De acordo com o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aproximadamente 5,5
milhões de pessoas se inscreveram na edição de 2018: cerca de 3,52 milhões de
participantes isentos e 1,99 milhões de pagantes. Entre os contemplados com a isenção,
39,7% declararam ter cursado todo o ensino médio em rede pública ou ter sido
bolsista integral na rede privada, com renda per capita igual ou menor que um
salário mínimo e meio (Lei 12.799/13); e 19,2% eram concluintes do ensino médio
em escola da rede pública.
realizadas nos dias 04 e 11 de novembro. De acordo com o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aproximadamente 5,5
milhões de pessoas se inscreveram na edição de 2018: cerca de 3,52 milhões de
participantes isentos e 1,99 milhões de pagantes. Entre os contemplados com a isenção,
39,7% declararam ter cursado todo o ensino médio em rede pública ou ter sido
bolsista integral na rede privada, com renda per capita igual ou menor que um
salário mínimo e meio (Lei 12.799/13); e 19,2% eram concluintes do ensino médio
em escola da rede pública.
Por que as mudanças do Enem dependem da BNCC?
A BNCC é um documento normativo
que estabelece “o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades
da educação básica”. Os conteúdos que devem ser ensinados nas escolas são
determinados pelo documento, que orienta as instituições em relação aos
conhecimentos, às competências e habilidades essenciais a serem aperfeiçoadas
em cada nível educacional.
que estabelece “o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades
da educação básica”. Os conteúdos que devem ser ensinados nas escolas são
determinados pelo documento, que orienta as instituições em relação aos
conhecimentos, às competências e habilidades essenciais a serem aperfeiçoadas
em cada nível educacional.
A última versão da BNCC do ensino
médio foi entregue pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação
(CNE) em abril de 2018. Em maio, aconteceu, em Florianópolis (Santa Catarina),
a primeira audiência pública sobre o tema, válida para a região Sul do Brasil.
Desde então, a proposta foi discutida em São Paulo (São Paulo), Fortaleza
(Ceará) e Belém (Pará). A quinta e última audiência pública está prevista para
29 de agosto, em Brasília (Distrito Federal).
médio foi entregue pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação
(CNE) em abril de 2018. Em maio, aconteceu, em Florianópolis (Santa Catarina),
a primeira audiência pública sobre o tema, válida para a região Sul do Brasil.
Desde então, a proposta foi discutida em São Paulo (São Paulo), Fortaleza
(Ceará) e Belém (Pará). A quinta e última audiência pública está prevista para
29 de agosto, em Brasília (Distrito Federal).