Carlito Lima será o condutor da Tocha Olímpica representando a Caatinga brasileira. Transformador socioambiental, Carlito não deixou que sua alergia à picada de abelhas o impedisse de realizar o sonho de trabalhar com o animal. Hoje lida com uma espécie nativa da Caatinga, que não possui ferrão, e ajuda famílias no sertão de Crateús a complementarem suas rendas com a produção de um mel raro e nutritivo. Carlito, 29 anos, nasceu em uma comunidade de Crateús, interior do Ceará e desde muito cedo trabalha como agricultor para ajudar no sustento de sua casa e de sua mãe adotiva.
Além do manejo, ele trabalha diretamente com as comunidades rurais de Crateús, falando sobre o cuidado com a natureza e como ter uma convivência harmônica com ela, extraindo o que for necessário sem agredi-la. Seu trabalho é um exemplo forte dessa boa relação. A jandaíra é nativa da Caatinga e para produzir o mel, que é de alto valor nutritivo e comercial, precisa que a mata esteja em pé. Quanto mais diversidade de flora, mais nutritivo é o mel, criando assim um círculo virtuoso entre o homem e o meio ambiente.
Carlito afirma ser de uma geração que sempre teve preocupação com a natureza. Cresceu em contato com as temáticas ambientais e com as notícias sobre mudanças climáticas e sempre sentiu a necessidade de contribuir com o lugar que vive. Hoje tenta mudar a percepção das pessoas que o cercam sobre a natureza. Acredita que está conseguindo. “A Jandaíra é uma polinizadora natural, é fácil de cuidar”, diz ele.
Foi com essa história de crença nos seus sonhos que Carlito foi um dos selecionados para conduzir a Tocha das Olimpíadas 2016. Ele está contente pela oportunidade de conduzir a tocha, mas garante que está ainda mais feliz pelo reconhecimento adquirido em seu espaço de trabalho, por estar fazendo a diferença em sua comunidade. Carlito conduzirá a tocha olímpica no dia 10 de junho em Piripiri, no Piauí, durante sua passagem pelo Nordeste.
Fonte: Rádio Verdes Mares